Um dia comum
Mas com a surpresa
Você se vê
Daqui a cinquenta anos
E o transporte pode
Até continuar o mesmo
Mas você irá se culpar
De não ter lutado
De não ter reivindicado
Mas então, o transporte
Cheio, lotado, e
Não há lugar para sentar
Os bancos reservados
A idosos e gestantes
Está ocupado por pessoas que
Fizeram como você
No seu passado mais distantes
Ignorando a sua presença ali
Pensando em si
E você fica pensando
Por que eu fiz isso,
Por que estão fazendo comigo
Então você volta
A sua realidade
De 17 anos
Em pé,
Parada no ónibus,
Até que entra,
Uma senhora de uns
60, 70, 75…
Indefinível, mas uma senhora
E ninguém cede lugar
Então você
Transforma-se em cidadão
Pela primeira vez
Vira-se e fala:
“Há uma senhora em pé,
Ninguém reparou?
Vamos pensar um pouco,
Pois você terá a idade dela,
Que tal você fazer um gesto?
Que tal mostrar que
Também é um ser humano
E que tem consciência
E que sabe ser cidadão.
Levante-se!”
Antes que seja tarde
E você fique com peso na
Consciência e na Alma!
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